Análise do Haiku OS R1/alpha 1

Já faz um tempo que acompanho a trajetória do Haiku, o projeto que tenta fazer um clone livre e aberto do finado BeOS, sistema operacional encerrado quando a Be foi comprada pela Palm. Desde então, vários projetos surgiram para dar continuidade ao BeOS, dentre eles o OpenBeOS, que acabou se tornando o Haiku.

A primeira versão alfa do Haiku foi liberada em setembro, e há downloads disponíveis de imagens ISO e máquinas virtuais para VirtualBox e VMware. Para poder tomar conhecimento do procedimento de instalação, acabei baixando o ISO mesmo para testar no VirtualBox.

O procedimento de instalação é bastante enxuto, pelo menos por enquanto: há apenas um particionador e um botão para prosseguir.

O boot do Haiku é bastante rápido, mesmo numa VM. O desktop padrão traz atalhos pro HD e documentação na área de trabalho e a deskbar, que é onde temos o menu que nos permite acessar os aplicativos e configurações, além da barra de tarefas. A parte gráfica do sistema está bem trabalhada, com fontes TrueType suavizadas e look & feel confortável.

O Haiku já traz suporte nativo a teclado brasileiro ABNT2, sem a menor dor de cabeça para configurar:

Ele também já acompanha o Firefox, devidamente portado para o Haiku com o nome de BeZillaBrowser, para evitar problemas de branding com o Firefox. Infelizmente é uma versão quase jurássica, a 2.0.0.22pre. Mas vale lembrar que estamos numa versão alfa e nem todos os aplicativos são atualizados, alguns estão lá apenas para mostrar que eles existem e podem ser portados.

Mas aí vem aquele velho teste cheio de frescuras: o Haiku já roda Flash? As pessoas não podem viver sem o Youtube. Uma simples busca no Google e descobri que já há um porte do Gnash para o Haiku. Consegui instalá-lo e abrir um vídeo no Youtube. No entanto, conforme o site do porte informa, o som só funciona em alguns nightly builds, e não funciona na versão alfa que baixei para testar. De qualquer forma, já nos mostra um progresso no desenvolvimento do sistema para usuários finais.

Conclusão: essa versão alfa R1 do Haiku mostra um sistema operacional simples e promissor. Ele me lembra bastante o Mac OS: um Unix (embora o Haiku ainda não tenha suporte multiusuário) simples de usar, fácil de configurar e já integrado a uma interface gráfica. Já temos em progresso aplicações do KDE rodando no Haiku com look & feel nativo. Acredito que, em médio prazo, teremos mais um sistema amigável e cheio de aplicações para escolher.