Instalando pacotes do Arch Linux com Yaourt

O Arch Linux contém, em seus repositórios, milhares de pacotes úteis. Alguns pacotes, porém, ainda não entraram nessa lista. Isso levou à criação do AUR (Arch User Repository), um repositório de scripts que os usuários podem baixar e usar para construir seus pacotes usando a ferramenta makepkg do Arch Linux. Essa tarefa, porém, pode ficar chata quando você a faz com frequência ou precisa também instalar dependências.

Pensando nisso, alguns usuários de Arch Linux criaram o Yaourt, um frontend para o pacman (o gerenciador de pacotes do Arch) e para o já citado makepkg. Ele automatiza o processo de baixar os scripts do AUR e criar o pacote para você, inclusive as dependências do pacote.

Instalação do yaourt

Há 2 maneiras de instalar o yaourt no seu Arch Linux:

Método 1: via AUR

Para instalar via AUR, é só seguir a sequência de passos (a saída dos comandos foi omitida):

# pacman -S wget base-devel
# wget http://aur.archlinux.org/packages/yaourt/yaourt.tar.gz
# tar xvzf yaourt.tar.gz
# cd yaourt
# makepkg
# pacman -U yaourt-versao-arquitetura.tar.gz

Repare que a versão e arquitetura, citados em negrito acima, podem variar de acordo com seu sistema e a versão que você está instalando.

Método 2: via repositório Archlinux-fr

Considero essa a maneira mais simples. Caso seu Arch seja a versão para i686, acrescente as seguintes linhas no seu /etc/pacman.conf:

[archlinuxfr]
Server = http://repo.archlinux.fr/i686

Caso seja a versão x86-64, acrescente as seguintes linhas:

[archlinuxfr]
Server = http://repo.archlinux.fr/x86_64

Em seguida, instale com o pacman:

# pacman -Sy yaourt

Usando o yaourt

A sintaxe do yaourt parece com a do próprio pacman. Recomendo uma boa lida na página oficial do yaourt para isso. Eu costumo usar o yaourt como um usuário comum, mas com permissões para uso do comando sudo sem senha.

O uso mais comum, instalar um pacote qualquer, é simples. Para instalar o VirtualBox, por exemplo:

$ yaourt -S virtualbox_bin

O usuário irá notar que o yaourt pede para você dar uma lida nos scripts, verificar se não há nada inseguro neles, confirmar a instalação do pacote… Caso você prefira a praticidade à segurança, use

$ yaourt -S virtualbox_bin --noconfirm

Isso fará o yaourt não solicitar nenhuma confirmação para as perguntas que ele costuma fazer.

Links e fontes

Análise do Haiku OS R1/alpha 1

Já faz um tempo que acompanho a trajetória do Haiku, o projeto que tenta fazer um clone livre e aberto do finado BeOS, sistema operacional encerrado quando a Be foi comprada pela Palm. Desde então, vários projetos surgiram para dar continuidade ao BeOS, dentre eles o OpenBeOS, que acabou se tornando o Haiku.

A primeira versão alfa do Haiku foi liberada em setembro, e há downloads disponíveis de imagens ISO e máquinas virtuais para VirtualBox e VMware. Para poder tomar conhecimento do procedimento de instalação, acabei baixando o ISO mesmo para testar no VirtualBox.

O procedimento de instalação é bastante enxuto, pelo menos por enquanto: há apenas um particionador e um botão para prosseguir.

O boot do Haiku é bastante rápido, mesmo numa VM. O desktop padrão traz atalhos pro HD e documentação na área de trabalho e a deskbar, que é onde temos o menu que nos permite acessar os aplicativos e configurações, além da barra de tarefas. A parte gráfica do sistema está bem trabalhada, com fontes TrueType suavizadas e look & feel confortável.

O Haiku já traz suporte nativo a teclado brasileiro ABNT2, sem a menor dor de cabeça para configurar:

Ele também já acompanha o Firefox, devidamente portado para o Haiku com o nome de BeZillaBrowser, para evitar problemas de branding com o Firefox. Infelizmente é uma versão quase jurássica, a 2.0.0.22pre. Mas vale lembrar que estamos numa versão alfa e nem todos os aplicativos são atualizados, alguns estão lá apenas para mostrar que eles existem e podem ser portados.

Mas aí vem aquele velho teste cheio de frescuras: o Haiku já roda Flash? As pessoas não podem viver sem o Youtube. Uma simples busca no Google e descobri que já há um porte do Gnash para o Haiku. Consegui instalá-lo e abrir um vídeo no Youtube. No entanto, conforme o site do porte informa, o som só funciona em alguns nightly builds, e não funciona na versão alfa que baixei para testar. De qualquer forma, já nos mostra um progresso no desenvolvimento do sistema para usuários finais.

Conclusão: essa versão alfa R1 do Haiku mostra um sistema operacional simples e promissor. Ele me lembra bastante o Mac OS: um Unix (embora o Haiku ainda não tenha suporte multiusuário) simples de usar, fácil de configurar e já integrado a uma interface gráfica. Já temos em progresso aplicações do KDE rodando no Haiku com look & feel nativo. Acredito que, em médio prazo, teremos mais um sistema amigável e cheio de aplicações para escolher.